"Não, nada disso
Só digo o que penso
Sinto que gosto
E que se fosse apunhalada, seria demais agora
Nessa altura do vôo
Não sei explicar...
Só temo e digo com um pouco de cansaço
Sobre aquilo que temo
Com expressão de paisagem
E mãos vazias.
Daquelas que levanta os braços
E deixa-os abertos por longo tempo
Esperando algo que talvez se mova até lá
Ou que incentive-me a mover
E então desaba braços
Forças
Expressões
E fica apenas o medo
De ser abandonada por um sentimento
Só meu
E desconfio que seja também seu
Mas de um modo só seu
Então, os medos se encontram
E um desconfia do medo do outro
E novamente, abrem os braços
Mas não sentem nada
Além do medo do abraço de medo
Então, desabam
Braços e medos
Acaba tudo.
O medo acaba inteiro
Abraçado no medo
Sorriem.
Quando me expresso sinto assim
Acaba tudo e começa logo o novo
Mas não me pré-ocupo
Pois ainda sinto o final de algo que nem sei direito o que era."
Carolina Bonando
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