quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Análise dos paradigmas do jornalismo sob o ponto de vista dos conceitos apresentados no filme “Quem somos nós?”


As muitas mudanças que acontecem na produção da notícia, e não só em termos de tecnologia, estão com uma exigência maior quanto à agilidade e novas habilidades, apontando para um novo paradigma na profissão.
Mas, primeiramente é necessário distinguir entre as mudanças que ocorrem na profissão e aquelas que ocorrem nos estudos do jornalismo. É complicado falar em novos paradigmas, pois o paradigma hegemônico continua soberano na profissão e em parte na academia, que o sustenta.
Ocorreu de fato uma metamorfose profissional, onde os jornalistas se readaptaram às novas circunstâncias industriais da produção cultural, sem nenhum rompimento com os princípios constituídos ou paradigmáticos. Ou seja, trocou o que há por fora, como a tecnologia, mas o conteúdo, a essência continua a mesma.
A objetividade jornalística cujas raízes estão no conhecimento adquirido pela experiência, crê que a linguagem é uma cópia do real. O mundo real, das coisas e dos acontecimentos, existe independente dos que observam.
O mundo é tido como prévio e autônomo em relação ao observador, na mesma convicção de que o jornalista por uma atitude imparcial é capaz de observar a realidade de forma neutra, sem julgamentos, sendo capaz de transcrevê-los de forma objetiva, sem contaminar-se com opiniões.
Diz a psicologia que o olhar do indivíduo cria o monstro, diz a crítica que o olhar do jornalista cria a notícia, não o contrário.
A grave crise que abarca o jornalismo é a crise da palavra. Essa nova visão onde o observador interfere diretamente na realidade estimula novas formas de imediatismo e de experiência vivida. A palavra na forma como tem sido utilizada, consolida a incapacidade da sociedade em expressar e debater de maneira mais coerente e saudável as relações dos homens entre si e com a natureza.
Na ciência atual, como Bucci e o filme “Quem somos nós?” explicou, a realidade é determinada pelo olhar do observador, acabando com a crença do jornalista, que a palavra descreve os fatos em sua totalidade.

Esse foi um trabalho para a faculdade... espero que tenham gostado, e a professora Ana Lúcia também!!! hehehe.

Abraço gente, adoro vocês...

3 comentários:

Rafael Maia disse...

Muito Bom Carol. Parabéns! Espero que a professora tenha gostado. Eu gostei.

Como vc está?
Bjokas

Mariana Montenegro disse...

Ainda sobre o olhar:
"O sol ilumina a terra, mas basta uma pequena nuvem para escondê-lo de nossa vista".(Yogananda. "Autobiografia de um Yogue".p.86)

Se aquele que vê, não vê com os próprios olhos, é porque está cego, pode chamar a isso de objetividade ou do que quiser, está cego.

Namastê

Claudia Sousa Dias disse...

Sem dúvida que sim!

Concordo com a visão da psicologia sobretudo a partir do que diz António Dámasio acerca da recionalidade e das emoções que condicionam a nossa visão e INTERPRETAÇÃO dos acontecimentos.

Não vi o filme de Bucci. Mas posso sugeri-lo para passarem no cine-clube em VNF.

CSD