Mulheres: um lugar no deserto
Mariana sentada no bar olhava por cima de seus óculos com lentes arredondadas, a monografia já apresentada.
Cheguei contente, admirando a mulher de gestos suaves que comemorava, contemplei confiante, foi para mim que Mariana telefonou. Minha companhia a atraía.
Essa atração, magnética, que me faz sonhar acordada quando à noite em meu quarto ou na areia da praia em dia ensolarado.
Malagueta.
Tinha vontade de agarrá-la em lugar escuro. Lugar vazio. Ah, qualquer deserto onde minha mente pudesse degustar seu cheiro, cheirar seus olhos, enxergar cada gotinha de sua língua. Minha língua, suas coxas. Suas coxas, minha língua e eu gemendo em seu ouvido: Malagueta! Fazendo-a sentir minha respiração quente pertinho da nuca.
Mariana falava desenvolta, às vezes cortava a conversa e caminhava para o banheiro. Voltava sempre mais suave. Suave encantamento.
“Temos uma doce amizade” – disse sorrindo cerveja, tirando o cabelo loiro preso ao queixo. Amizade chocolate. Coxa, chocolate.
Ai, essa boca sorrindo. Sorrio também. Ela sorri e meus lábios sorriem chocolate. Doce amizade. Escreverei “doce amizade” na pedra do Arpoador. Só nós duas saberemos. Não precisarei contas a ela. Mariana saberá inconscientemente que aquelas palavras saíram da nossa atração.
Acende um cigarro, ajeita a blusinha jeans com botões azuis, acomoda-se na cadeira plástica. “O bar está cheio”, ouço alguém comentar. Um impulso forte me faz levantar. Chamei o garçom – Mariana, estou querendo comemorar em outro lugar, vamos?
Suscetível de sensações novas. Encontro passional. Toquei seus ombros curtinhos. Sentia arrepios nas costelas. Ela chupou meus seios. Mordisquei suas coxas quentinhas. Sem imprevistos.
A cerveja foi embora. Ambas despertamos daquela vibração e estávamos felizes, abraçadas, deixando que no peito fixasse aquela mácula do amor, do momento, do tesão envolvida em Mariana, não vi céu, estrela ou multidão e ela cochichou em meu ouvido: Malagueta!
Como poderia não me apaixonar?
Antetempo meu coração palpitou bem forte. Levantamos. Tocamos os lábios de forma serena, era o nosso selo. O trem logo alcançaria os trilhos onde estávamos, e os Arcos da Lapa estaria iluminado pelo sol esbranquiçado de inverno.
Deixamos cascalhos para as solas, ajeitou-me o cabelo, beijou-me em despedida calma e amorosamente.
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Mariana sentada no bar olhava por cima de seus óculos com lentes arredondadas, a monografia já apresentada.
Cheguei contente, admirando a mulher de gestos suaves que comemorava, contemplei confiante, foi para mim que Mariana telefonou. Minha companhia a atraía.
Essa atração, magnética, que me faz sonhar acordada quando à noite em meu quarto ou na areia da praia em dia ensolarado.
Malagueta.
Tinha vontade de agarrá-la em lugar escuro. Lugar vazio. Ah, qualquer deserto onde minha mente pudesse degustar seu cheiro, cheirar seus olhos, enxergar cada gotinha de sua língua. Minha língua, suas coxas. Suas coxas, minha língua e eu gemendo em seu ouvido: Malagueta! Fazendo-a sentir minha respiração quente pertinho da nuca.
Mariana falava desenvolta, às vezes cortava a conversa e caminhava para o banheiro. Voltava sempre mais suave. Suave encantamento.
“Temos uma doce amizade” – disse sorrindo cerveja, tirando o cabelo loiro preso ao queixo. Amizade chocolate. Coxa, chocolate.
Ai, essa boca sorrindo. Sorrio também. Ela sorri e meus lábios sorriem chocolate. Doce amizade. Escreverei “doce amizade” na pedra do Arpoador. Só nós duas saberemos. Não precisarei contas a ela. Mariana saberá inconscientemente que aquelas palavras saíram da nossa atração.
Acende um cigarro, ajeita a blusinha jeans com botões azuis, acomoda-se na cadeira plástica. “O bar está cheio”, ouço alguém comentar. Um impulso forte me faz levantar. Chamei o garçom – Mariana, estou querendo comemorar em outro lugar, vamos?
Suscetível de sensações novas. Encontro passional. Toquei seus ombros curtinhos. Sentia arrepios nas costelas. Ela chupou meus seios. Mordisquei suas coxas quentinhas. Sem imprevistos.
A cerveja foi embora. Ambas despertamos daquela vibração e estávamos felizes, abraçadas, deixando que no peito fixasse aquela mácula do amor, do momento, do tesão envolvida em Mariana, não vi céu, estrela ou multidão e ela cochichou em meu ouvido: Malagueta!
Como poderia não me apaixonar?
Antetempo meu coração palpitou bem forte. Levantamos. Tocamos os lábios de forma serena, era o nosso selo. O trem logo alcançaria os trilhos onde estávamos, e os Arcos da Lapa estaria iluminado pelo sol esbranquiçado de inverno.
Deixamos cascalhos para as solas, ajeitou-me o cabelo, beijou-me em despedida calma e amorosamente.
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obs: as duas primeiras pessoas que leram, mulheres, perguntaram : Carol, você está virando lésbica? E a outra, você está escrevendo um livro pornô? hahahaha eu não aguento essas mulheres...... saibam, só conto histórias, apenas isso! hahaha bjs
17 comentários:
já pensou se todos vivenciassem o q escrevem?...qual seria a designação para a autora do Harry? bjs
Com sinceridade (como sempre, sem trocadilhos): a quarta, cujo nome - único no masculino - é "Quarto", mantendo o duplo-sentido, está num nível superior. Interessante, ainda assim, como ensaio (com trocadilhos).
Beijos...
Minha última postagem...
Oscar Wilde:
“Toda arte é ao mesmo tempo, superfície e símbolo.
Os que buscam sob a superfície, fazem-no por seu próprio risco.
Os que procuram decifrar o símbolo, correm também seu próprio risco.
Na realidade, a arte reflete o espectador e não a vida.”
Ao se abrir a guarda para opiniões, é preciso levar em conta que também a arte é uma forma de opinião, portanto, respeito à arte é, antes de tudo, respeito ao paradigma de cada qual.
Oscar Wilde:
“Nenhum artista tem simpatias éticas. A simpatia ética num artista constituiu um maneirismo de estilo imperdoável.
O artista jamais é mórbido. O artista tudo pode exprimir. Pensamento e linguagem são para o artista instrumento de uma arte.
Vício e virtude são para o artista materiais para uma arte.”
Ninguém se abre parcialmente. Ou o vulcão guarda sua lava para uma única e mortal explosão de cada vez, sujeito a massacrar todos os que lhe atravessarem o caminho do fogo... Ou expele aos poucos suas cinzas, sujeito a copos e baldes de água que as resfriem...
“Nona”...
"O Jogo da COMUNICAÇÃO"...
“Podemos perdoar a um homem por haver feito uma coisa útil, contanto que não a admire. A única desculpa de haver feito uma coisa inútil é admirá-la intensamente.
Toda a arte é completamente inútil.”
Antíteses
Acho que só escrevemos o que vivenciamos, seja material ou mentalmente. Por exemplo, para eu falar da sensação de enfiar a faca em alguém, vai ser complicado, pois nunca o fiz. Imagino que, para escrever sobre isto de maneira razoavelmente verossímil, seria bom, pelo menos, conversar com alguém que já o fez. Nunca vi nem li Harry, e é claro que a autora não foi para outro universo mágico para viver o que escreveu, mas, todo o simbolismo da estória faz parte de sua vivência. Bem, é assim que sinto a escrita. Acho que nunca escrevi sobre o que não vivi ou imaginei, porque trata-se do que não sei (mas posso descobrir).
Se a autora está lésbica ou bissexual, ela é perfeitamente normal. Esquizofrênica poderia ficar se resolvesse negar sua natureza yin ou yang, inerente a toda criação. Numa mulher, a masculinidade pode se expressar com um "porra" bem alto seguido de uma porrada na mesa. Ou pode se manifestar como uma vontade de chupar umas mamas e umas coxas de outra mulher. Tanto faz.
Toda arte é inútil?! Má num é merrrmo!!
Bjoss!!!!
nooooooooooossssssssssaaaaaaaaa
meu primeiro conto bissexual, lésbico ou sei lá enfim, homossexual, gerou mesmo reações nao é?
Ai que legal!!!
oi meu amor aqui estou nunca te esquecerei , veja foto no orkut e vc como sempre gerando reacoes diferentes ainda bem que te conheço ou não rsrsrsrsr bjs meu amor sempre vou te amar e com muita saudade
As secretas fantasias do imaginário...
;-)
Concordo com o gnomo
Adorei a tirada do Theo.
O teu texto, Carol está muito bom, fora de especulações sobre as vivências, fantasias ou pequenas perversões eróticas de quem escreveu, se é que se pode dizer tal coisa (lol)...
Podes integrar este texto numa trama mais complexa.
Mas cria mais personegens de forma a engendrar uma conflito interessante sem centrar exclusivamente o foco de atenções no feminino ou nas duas personagens femininas, podendo contudo, colocá-las como protagonistas...
Vi há uma semana atrás um filme muito interessante sobre uma paixão no feminino: "Mulholland Drive" de David Lynch.
com uma trama simplesmente genial.
Como é típico de David ynch.
CSD
Eu, particularmente, acho bastante interessante essa relação entre mulheres... acho que todos acham, hehehe
Só uma correção: essa é a Décima... a Nona foi a anterior.
Bjs
sorrindo cerveja
malagueta
erotismo etílico
tesão
?
vc já esta escrevendo muito melhor que eu... Amo vc e estou com mauita saudade. Bjos
Aí a coisa mais inédita, até meu pai veio postar, não acredito, meu pai cara, hahaha vocês nâo têm noção do que é fazer meu pai entrar na internet, ainda mais pra ver blog, hahaha muiiiiiiiito show!
A conquista do ano!!!
E o mais legal é que ele tem várias poesias muito mais maneiras que as coisas que escrevo aqui... se eu não tivessse lido as coisas dele, talvez não tivesse me empolgado pra escrever o que sinto também!
Valeu pai
Valeu mãe
oi carOoL
tais bem??
NADA NOVO???
tá certo. eu entendo. a vida tem horas que é um corre corre danado. tem semanas que eu tb tô tão atarefado que ave maria. kkk
bom está por aqui de novo.
um beijão Carol
Muito bom seu blog. Vi os comentarios no do Fernando. Da uma passada la no meu, talvez se interesse por algumas pepitas rodrigues de la.... A parte de filosofia ta nuns posts mais abaixo e em certos arquivos... http://blogue-blague.blogspot.com
Adorei,O jogo da comunicação, começou muito bem,"tudo na vida tem um lado positivo, é só mudar a forma de olhar".
Contadora de histórias picantes, tb...!!!
Vou ver sempre, comentar é bom, ler é melhor ainda, mas escrever é para quem sabe.
Bjus
Pequena Carol, saudade de vc...do seu jeito espoleta de ser...espero te ver em breve...bjos!!! JOW
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