Todo dia pego o metrô exatamente no mesmo horário, quando saio do trabalho e volto para Botafogo. Tentando controlar os pensamentos flutuantes, e focar na ordem para não perder tempo com o nada.
Entrei no último vagão e procurei um lugar para sentar, o que raramente faço. Vi um cara de camisa social, sapato social, sentado com uma mochila, lendo um livro de cabeça baixa. É ali. Com licença. Curiosa, fiquei reparando no livro até descobrir que era do Barthes, sim o “meu” livro de semiótica. Cara, esse livro é foda!
Começamos um papo sobre fotografia e fui logo olhando se tinha aliança, se era casado, se tinha todos os dentes, cacoetes, o corte de cabelo, a barba por fazer, formato dos dedos das mãos. Com licença, vou descer aqui! Eu também! Caminhamos conversando até a esquina aonde virei, sem antes querer muito que trocássemos telefone. Dá-me seu telefone, Ana! Óbvio!
Dois dias depois eu estava em sua casa e ele em minha vida.
Aquela Ana em sua pose independente e decidida ficou na esquina em que nos separamos no primeiro dia. Tive a certeza de que não me adiantaria de nada fugir, espernear, gritar ou enlouquecer. Tudo o que estive determinando na minha vida pessoal como praticar um pouco mais o ato de expor os sentimentos, aconteceu ali naquele último vagão. Um cara estranhamente familiar chacoalhou minha vida, desossando meu corpo e deslocando a minha alma.
Expus tudo. Limpei o armário. Tomei outra atitude. Transformei. Renovei. Mudei. Sentindo na veia um novo sangue percorrer. É marcante o fato de que quando estou precisando de um ombro, meus amigos dizem: Não chore, você vai superar isso, sempre tão corajosa e inteligente que é! E por fim, a plenitude daquilo que estava sentindo, não existia.
Incrível! Agora estava nua diante de um cara, o cara do metrô. Pude mostrar que dentro desta armadura madura, segura e inteligente, também há um corpo que desossa, uma alma que flutua e um sentimento profundo e poderoso chamado amor. Ele pegou o primeiro vagão e se mandou. Percebi o quanto ele é de mim há meses atrás. Já me vi assim. Nós só podemos dar aquilo que temos.
33 comentários:
Que bom que vc voltou!
bem gostei não sabia q vc escrevia tão bem assim,isso e um dom
Gosto de sua escrita, não do venáculo.
Gostaria também imenso de que quando me der o prazer de sua visita, comentasse o que está publicado, sim?
Um abraço
OI... amei.... vc sabe que amo tudo que escreve.... sempre algo que está acontecendo com vc no momento.....com com as pessoas em sua volta...
Te adoro....
bjos
O fato de sermos fortes nos faz transparecer que também não sofremos. E quando sofremos, nos distanciamos.
Excelente texto! ;)
Q bom poder novamente t ver nas palavras e na mente q escreve... T amo... BJOS
Obrigada!!! Que bom saber que alguém ainda me lê... há tanto que não publico, mas há muitos textos para isso, só preciso de tempo e coragem!
bjs e obrigada de novo a todos.
Lindo... Carol, você escreve muito bem.pena que eu não consigo descrever com palavras o que eu realmente senti quando li.maravilhoso bjs te amo priminha
"Pude mostrar que dentro desta armadura madura, segura e inteligente, também há um corpo que desossa, uma alma que flutua e um sentimento profundo e poderoso chamado amor. " Meu trecho favorito! Vou vir com calma aki pra dar uma olhada, tá..agora to correndo aqui! Um beijo e adorei o blog!
Obrigada pela visita!
E quem dá aquilo que tem,mais não é obrigado...
Beijinhos meus e bom fim de semana.
Obrigada pelas palavras...
É FASCINANTE como pessoas que em algum momento atras nos eram desconhecidas e hoje fazem parte de nós. Eu adoro estar viva!
Seu texto flui ....sempre é tão bom ler.bjs te amo!!!!!!!!!
poderia publicar todos os textos.. de tempos em tempos pulo aqui sempre pra ver o que tem de novo..
Todos somos vulneráveis. Tudo depende do ângulo, do contexto e da química...
Belo texto, querida amiga. Gostei imenso.
Beijos.
Oi Carol,
Que bom que o acaso da internet fez nossos blogs se encontrarem.
Bom te "descobrir".
Te respondi lá nos meus posts que vc comentou.
Caso não lembre dps te falo aqui.
Comecei a ler e pensei "Ué, ela mora em Botafogo?" Minha mania de querer achar um pouco do escitor em seus personagens...rs
Onde você mora afinal? :)
Bjs, bom te ler.
Oi Carol estou aqui agradecendo sua visita ao meu Blog. Convido-a a visitar os meus outros Blogs http://joiasdanatureza-cerveira.blogspot.com/
http://lagoadosume.blogspot.com/
http://pedacosdemim-cerveira.blogspot.com/
http://joaomacsantos.webnode.pt/
Parabéns pelas suas fotografias e se decidir vir a Portugal teremos muito gosto em lhe mostrar Lisboa
João MaC Santos
ººº
Gostei da tua narração ...
Bom fim-de-semana!
Lindo o seu texto!!
Um beijo.
Eu adoro o jeito que tu escreve. Parece que estas do meu lado contando. Aii, é verdade. Escrevo poucos ainda mais agora que estou fazendo cursinho. Insetivo SIM! HAHAHAHA. E tu, principalmente, não deixe de escrever. bjo
ahh então já sei onde é! rs
vc tem facebook?
pois é, nem sabemos a flor certa e nem voamos...rs
escuto mais música brasileira mas tô indo conferir o link que vc mandou.
inté!
Oi Carol,
Agradeço a sua visita e recadinho.
Eu não sei exatamente de quais desenhos vc precisa. Talvez sejam papéis próprios para scrapbook.
beijos,
Pati
Gostei do que li, pois tenho de ir devagar dado agora só o tempo e paciência curar
Saudações amigas
Cadê o próximo texto? :-)
qdo leu meu texto surgiu essa vontade?
fiquei feliz em proporcioná-la :)
ponha em prática.
a vida é bela.
bjs
carol, aqui é a lagartixa roxa! menina, nem sei o que dizer do comentário que vc deixou la no blog semana passada. ele veio no dia que precisava vir, sabe! por vc, e por mim, eu tô voltando. me animei e nao posso deixar de escrever: fiz 4 posts hj, checando informações (esse é o trabalho de um blog de viagens), passa lá ainda essa semana que vai ter novidades. obrigada, obrigada, obrigada!
sumida!
eiei que tal falarmos no facebook?
vc tem skype?
beijos!
oi estive por aqui. muito interessante. gostei. textos muitos bons. apareça por la. beijos e abraços.
Saudações amigas
Saudações amigas
Espero que sua Ana seja a minha Ana, realmente vejo minha menina em sua mulher, intensas e vivas.
Só podemos mesmo dar aquilo que construímos por dentro de nós!
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