segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Depressão pós parto

Transformar lágrima em manteiga.
Passar no pão e engolir pedaços líquidos de mim.
Sinto um enorme vazio no peit. Tenho vontade de nao sentir mais nada.
Sinto que sentir nao me faz feliz.
E sinto muito
Sinto muito disto
Nem rubro o rosto.
Nem nego busto, quadril e sexo
Frustro.
Bruta.
Feito dona de casa velha descabelada
Tateio no escuro um pouco de parede fria. Nem tao fria.
Faz calor com todas as janelas fechadas.
Canso de mim.
Fiz arte. Me chamei de menina. Fiz alarde. Me chamei de universitária. Fiz saudade. Voltei pra cidadezinha. Fiz filho. Agora nao sei.
Dou teta.
Sei que mudar existe, são fases.

2 comentários:

Paulo Vinícius Lins Ferreira disse...

Nossa esse foi muito FODA!! (com o perdão da palavra) me arrepiei todo aqui! Você é Singular garota! ei... mesmo que ninguém percebe, ela desabrochou no pântano, longe da cidade, longe da fumaça da gritaria, dos olhos curiosos, quando broto sonhara com aquilo... a té que descobriu o essencial e desabrochou... por que o essencial é inacessível aos olhos, é o simples existir... continue escrevendo mesmo que seja só pra mim 1 vez na vida...

Anônimo disse...

Paulo Vinícius Lins Ferreira, Gratidão total pelo apoio e moral! :)
Escrever é minha alma materializada!
Att,
Carolina Bonando